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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Experiências de Ensino na França

Os documentários Ser e Ter (2004) e Entre os Muros da Escola (2007) trazem experiências educacionais diversas na França. O primeiro, mostra o funcionamento de uma turma mista (04 a 10 anos) sob a orientação do professor Georges Lopez na pequena comunidade de Aubergne.O segundo apresenta o cotidiano de uma turma de ensino médio da periferia de Paris, sob a orientação do professor de francês François Bégaudeau, onde a maioria dos alunos são imigrantes.
As experiências são bem diversas e mostram particularidades de ensino. Em Ser e Ter a narrativa é bastante singela ao demonstrar como é possível o aprendizado de crianças em etapas diferentes do processo cognitivo, através de um sistema colaborativo e de diálogo com a família. O mestre acompanha as crianças por um período maior, o que possibilita conhecer as suas principais dificuldades e potencialidades. Destaco ainda, o caráter questionador da forma de ensinar, os alunos não obtinham respostas prontas do mestre.
Em Entre os Muros da Escola a abordagem é mais dura e por vezes muito próxima a cotidiano de escolas brasileiras (mas, mesmo assim, achamos que na França a coisa é menos problemática). No filme, conhecemos as instâncias de regulamentação do ensino, o processo avaliativo e os desabafos dos educadores e a dificuldade de se trabalhar com adolescentes. Mas, mesmo assim, o filme mostra a poética do ensino e de como a educação por vezes é a única maneira de exercer a liberdade.


A seguir, imagens de SER e TER

entre os muros - cortes para fins didáticos

Tiros em Columbine

O documentário de Michael Moore Tiros em Columbine foi produzido no ano de 2002 e aborda a questão da cultura bélica nos Estados Unidos, problematizando a questão a partir do incidente que ocorreu no município de Lilleton no Colorado, onde 02 jovens assassinaram 15 pessoas na escola.
Na sua narrativa o cineasta coloca uma lente de aumento sobre a chacina, trazendo o que está no entorno da questão e nos convida a refletir de como a violência está implicada na história da sociedade. Hoje muito potencializada pelo sistema econômico dominante ela é altamente simbólica.
Destaco a entrevista do cantor Marlyn Manson que pela sua opção artística foi tido como um motivo impulsionador da tragédia. Dois pontos quero discorrer: o primeiro da arte como um lugar de revelação das subjetividades e até mesmo da expurgação de sentimentos. O outro é o lugar de divindade do artista. Até que ponto uma pessoa pode ser responsabilizada de influenciar duas pessoas através da sua música a cometer um crime? Michael Moore no final da entrevista pede ao artista dizer alguma coisa para as pessoas de Columbine e para os dois meninos que cometeram a chacina e ele disse: "Eu não falaria nada. Eu ouviria o que eles têm a dizer, que foi o que ninguém fez."

A seguir trecho do filme.

Preciosa - Uma História de Esperança

Ser professor: profissão ou vocação?

Ao assistir o filme Preciosa (2009) de Lee Daniels pela segunda vez, fui interpelada pela questão: Até que ponto o professor deve agir no exercício da sua prática? Explico, onde termina o compromisso deste profissional diante dos educandos assolados por fortes intempéries?
Hoje cada vez mais, a falência da instituição familiar, exige do educador não apenas a transmissão/troca de conhecimento, mas muito além disso. Pois, muitas vezes este sujeito é o único referencial do educando, a esperança de ter uma vida muito diferente daquela que possui.
Trago o filme Preciosa baseado em uma história real de uma jovem que desde a infância é violada pelo pai e é agredida pela mãe. Ao engravidar pela segunda vez é transferida para uma escola alternativa. Durante a narrativa o espectador vê como os problemas que ocorrem com a garota, passam a ser acompanhados pela nova professora, que muitas vezes assume o papel de assistente social, mãe e confidente da jovem. O filme mostra como essa atitude da educadora foi imprescindível para a mudança da vida da garota e do rompimento do ciclo de horror que ela estava inserida. Preciosa descobre o prazer no estudo e nele a possibilidade de oferecer uma vida diferente para seus filhos.
O filme Preciosa angústia, arranca lágrimas, mas que, sobretudo mostra como as coisas podem se tornar diferentes se sonhamos e se temos oportunidade. Quantas Preciosas existem pelo mundo e quantas delas estão aguardando apenas um ‘anjo’.
Eis caros leitores que a minha pergunta inicial continua aberta e sem uma resposta definitiva. E como diz o ditado popular: cada caso é um caso. E é só defronte a situação que saberemos como proceder.

A seguir, trecho do filme.

Pro Dia Nascer Feliz

O título do documentário de João Jardim é inquietante e propõe ao espectador uma apreciação crítica sobre a realidade de 6 instituições de ensino no Brasil, sendo a maioria delas públicas, periféricas e localizadas em grandes centros urbanos. O filme produzido em 2007 é bastante atual e problematiza a partir da fala dos jovens e de professores o papel da escola, buscando não fazer uma interferência direta ou um pré-julgamento, mas uma exposição do cotidiano destes sujeitos. O grande diferencial desta obra é trazer o discurso do jovem, seu olhar, suas perspectivas sobre o lugar em que vivem e principalmente expondo a suas relações com a instituição escolar; criticas, anseios, medos e sugestões.

A seguir, fragmento do documentário.