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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

REFLEXÕES COTIDIANAS

Aprisionadaos na loucura da vida moderna, pouco temos tempo de valorizar o que realmente importa.

Audiovisual e Educação

Por Daniela Nascimento e Poliana Bicalho


A educação na era da informação é educar com os meios e linguagens de nosso tempo. Neste contexto a linguagem audiovisual é uma forte aliada de professores em todas as séries, mas até que ponto é eficaz a utilização de filme no processo de ensino-aprendizado?
Para Letícia de 12 anos a exibição de filme “eu gosto porque é legal e me ajuda a compreender as coisas e me ensina muito.” Apesar de afirmar que acha que a professora está enrolando (não quer dar aula) quando passa um filme.
O que ocorre na maioria das vezes é a má utilização deste recurso, pois para a exibição de uma fita deve ser feita uma boa preparação segundo os objetivos da aula, afirma Marialva Monteiro do Cineduc Rio de Janeio em entrevista cedida para a revista Nova –Escola em 1998. O que ocorre é a exibição aleatória nem o aluno nem o professor tem claro o porquê daquela interferência audiovisual. Segundo Leiliane da 7ª “Não gosto de assistir filme. Porque é o maior tédio. Filme bom é em casa” ela nunca foi ao cinema e mostra o quanto é necessário a educação do olhar. Pois condicionados aos filmes exibidos na tv aberta o alunado, não consegue assimilar o conteúdo proposto. Assim faz-se necessário ampliar e solidificar a relação da escola com o audiovisual, para que possamos ter cidadãos mais críticos e atuantes na produção da informação.


Mais do que uma câmera na mão

A partir do contato com a linguagem audiovisual, cerca de 306 jovens internos de três unidades da Febem de São Paulo (Brás, Tatuapé e internato de Taipas), passam anualmente a ter um idéia de pertencimento na comunidade, e com uma câmera na mão as suas vidas se tornam maior do que sua infração e vivência na criminalidade. Esse é o objetivo do trabalho desenvolvido desde 1998 pela Associação NovOlhar criada pelo jornalista Paulo Santiago.
“Acho que a grande pegada (do projeto) é essa; não adianta o cara virar um câmera, um músico, sem ter nada sabe? Acho que a pegada é levar consciência.....senso de direitos e deveres” declara Elto Santana, professor de vídeo da Novolhar, no livro Educação de saberes, poderes quereres do projeto Rumos Itaú Cultural.
O curso de Comunicação Audiovisual da ONG Associação NovOlhar possui uma estrutura bastante simples. São formadas anualmente seis turmas de 20 alunos a cada quadrimestre. Os jovens têm duas aulas semanais, sendo uma de vídeo e áudio, e a produção de um trabalho de conclusão. O resultado dos trabalhos é exibido em um evento dentro da própria unidade onde a família, os internos assistem o que foi produzido.
Através deste trabalho os jovens passam a ser produtores de informação uma possibilidade deles serem sujeitos de direito, mostrando o seu olhar diante da realidade. E não mais, jovens armados de canivetes e pedaços de pau que de rostos cobertos que ameaçam um refém e nos assombra ao ser noticiado pela imprensa brasileira.

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* Reportagem elaborada para a disciplina de Comunicação e Educação do Curso de Jornalismo - Uesb