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quarta-feira, 20 de abril de 2011

BRASKEM DE TEATRO MOVIMENTA O CENÁRIO CULTURAL DE SALVADOR

“Não vou à premiação do Braskem de Teatro, pois sempre é a mesma coisa, é uma cafonice só.”


Assim colocou um aluno do PPGAC/UFBA e profissional da área de teatro ao ser indagado sobre sua presença no evento do último dia 13 de abril de 2011. Mas, apesar da sua negativa que por certo foi a de tantos outros artistas, naquela noite o Teatro Castro Alves teve a casa cheia para prestigiar o evento.
A cerimônia dirigida por Luiz Marfuz abrangeu na sua preposição artística o diálogo entre o teatro e o cinema baiano e nacional, como espaços de trabalho e de reconhecimento do ator baiano. Sendo fortemente caracterizado por uma narrativa de valorização deste profissional, que hoje enfrenta crise na sua produção. Entre uma premiação e outra o público foi conduzido pelo ator Daniel Boaventura que teve a difícil tarefa de impedir que os premiados delongassem demais e que seus discursos não oportunos atrapalhassem o brilho da noite.
Uma heterogênea classe artística foi colocada no palco: Carlos Betão, Ângelo Flávio, Mário Gadelha, Aicha Marques , cito apenas alguns, para melhor exemplificar uma verdadeira miscelânea que caracterizou o evento. Além da entrega dos prêmios aos melhores do ano de 2010, a noite foi de homenagens ao ator Wilson Mello e a atriz Haydil Linhares (ambos in memorian) e Wagner Moura como homenagem especial, que para o ator é o prêmio mais importante de sua carreira.
Nas premiações, tive a sensação que o público agiu de acordo com a previsibilidade dos resultados, mas os prêmios mais comemorados foram sem dúvida o de Fábio Vidal com Sebastião na Categoria Melhor Ator e Zebrinha com coreografia no espetáculo Bença na Categoria Especial. Nos demais premiações as mais contestadas nos bastidores foram de melhor espetáculo e de melhor atriz. Mas sejamos francos! É impossível ter uma unanimidade!
Sabemos que a 'preferências afetiva', na maioria dos casos, é critério predominante, uma vez que muitos naquela platéia simplesmente não conhecem o trabalho dos demais concorrentes. Atire a primeira pedra se você assistiu a todos os espetáculos que concorreram naquela noite.
A premiação teve uma áurea de glamour sobre o profissional de teatro baiano. Digo, soteropolitano, que em meio à política de descentralização dos recursos financeiros por meio da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, à falta de um empresariado local que acredite e que apóie a cultura, tem a sua estrela ofuscada.
Assim, inevitavelmente nos discursos dos contemplados a falta de apoio e principalemente queixas sobre o repasse de recursos da SECULT foram colocados. Interessante é que naquele mesmo dia, recebi a informação de que um decreto publicado no Diário Oficial da Bahia, do dia 12/04, sinaliza o corte de cerca de 50 cargos comissionados da Secretaria, sendo a FUNCEB a autarquia com o maior corte de profissionais.
Bom, mas a noite era de alegria! E assim, muitos bons exemplos de artistas bem sucedidos foram mostrados e entre eles os globais Lázaro Ramos e Wagner Moura e não cabe aqui questionar sobre o talento deles, mas digo: existe um modelo globo de sucesso e este alimenta dezenas e dezenas de jovens que ingressam no teatro. Um contingente cada vez mais alienado, egocêntrico e desmobilizado!
Mas, deliciosamente o crepúsculo foi de encontro entre o profissional e amador, o novato e o veterano, de gente igual que tem o Braskem como único evento capaz de agregar tantos fazedores de teatro. Evoé Baco e até o próximo Braskem!

Texto publicado em: http://artedoespectador.blogspot.com/2011/04/premio-braskem-2011-nao-vi-nem-posso.html?showComment=1303339820034#c714094027205708466

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

PÉ NA ESTRADA


Durante os próximos dias, estarei com o pé na estrada. Sabe aquela viagem que você imaginou toda uma vida? Bom, é isso!! Dentre os sonhos mais longinquíos lá estava minha viagem! E são tantos, preparativos, tantas coisas...é preciso pensar em tudo o tempo todo. Ah...mas é uma canseira boa de viajante de primeira vez!!Feliz?! Muitooo!! E que venha o velho continente com suas histórias, seu cotidiano, seu cheiro. Tudo intermediado, pela mímica corporal!! (rsrsrs)Tentarei, mas não prometo fazer um diário de bordo.

Começa o corre-corre dos editais

A Funceb lançou o Calendário de Apoio a Projetos Culturais que contempla propostas de até R$ 10.000,00 nas áreas de teatro, audiovisual, circo, música, artes visuais, dança e cultura popular.

Maiores informações: http://www.fundacaocultural.ba.gov.br/

O prazo para a inscrição de projetos desta 1ª etapa é até 28 de fevereiro de 2011.

BIG BROTHER BRASIL



Por Luiz Fernando Veríssimo

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,... encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE...
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.
Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?
São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..
Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.
Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.
E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?
(Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Homenagem a Seu Zé da Escola de Teatro da UFBA

Ainda não tinha visto o vídeo, achei por acaso futucando o orkut de uma amigo. Aqui relembro um pouco da figura de 'Seo Zé'.


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Experiências de Ensino na França

Os documentários Ser e Ter (2004) e Entre os Muros da Escola (2007) trazem experiências educacionais diversas na França. O primeiro, mostra o funcionamento de uma turma mista (04 a 10 anos) sob a orientação do professor Georges Lopez na pequena comunidade de Aubergne.O segundo apresenta o cotidiano de uma turma de ensino médio da periferia de Paris, sob a orientação do professor de francês François Bégaudeau, onde a maioria dos alunos são imigrantes.
As experiências são bem diversas e mostram particularidades de ensino. Em Ser e Ter a narrativa é bastante singela ao demonstrar como é possível o aprendizado de crianças em etapas diferentes do processo cognitivo, através de um sistema colaborativo e de diálogo com a família. O mestre acompanha as crianças por um período maior, o que possibilita conhecer as suas principais dificuldades e potencialidades. Destaco ainda, o caráter questionador da forma de ensinar, os alunos não obtinham respostas prontas do mestre.
Em Entre os Muros da Escola a abordagem é mais dura e por vezes muito próxima a cotidiano de escolas brasileiras (mas, mesmo assim, achamos que na França a coisa é menos problemática). No filme, conhecemos as instâncias de regulamentação do ensino, o processo avaliativo e os desabafos dos educadores e a dificuldade de se trabalhar com adolescentes. Mas, mesmo assim, o filme mostra a poética do ensino e de como a educação por vezes é a única maneira de exercer a liberdade.


A seguir, imagens de SER e TER