Powered By Blogger

domingo, 18 de maio de 2008

Charge da Semana

Charge do JB Online

Diálogos e reflexões sobre o ensino da arte


O que é arte-educação? Qual é o papel da arte na esfera educacional? Estas são apenas algumas das questões presente no texto A Educação (do) Sensível de Duarte Jr e Função Educacional de Maria Eugênia Castanho, e que neste trabalho pretendo estabelecer diálogos, a partir das minhas contribuições.
Para Castanho (2005, p. 70) entende-se o ensino de arte em seu duplo aspecto de educação artística e educação estética. Para a autora a educação artística é o próprio fazer teatral, o produto artístico já à educação estética é o processo de contato com a arte, apreciação, fruição. Apenas a união delas resulta no completo ensino da arte.
Ao estabelecermos uma relação com Duarte encontraremos dentro deste mesmo universo, a dicotomia entre: razão e emoção.O autor coloca: O inteligível e o sensível vieram, pois sendo progressivamente apartados entre si mesmo considerado setores incomunicáveis da vida (Duarte, 2000, p.169). As bases para tal embate são históricas e apenas o nosso olhar através desta história, nos trará uma noção de como foi e ainda é a inserção da arte no universo escolar, que de forma micro reproduz e fortalece todo o exercício disciplinar e controlador da nossa sociedade.
A arte assim como cada elemento existente faz parte de uma engrenagem maior que é a vida social. Ela pode ser ao mesmo tempo utilizada na manutenção do sistema, mas como também pode ser um subversor deste mesmo sistema. A arte pela arte, a arte feita sem a preocupação de se estar agradando, ela tem que agradar ao artista e só. (ORTEGA, 2001, p.11), é muito egoísta e pouco contribui para a transformação do outro, estando impregnada no universo escolar pela não compreensão, de que assim como as disciplinas de exatas, naturais e humanas é uma importante área do conhecimento. Pois seu único conteúdo é o homem, e este deve estar no centro. Duarte (2000, p.178) coloca: Desta forma a recuperação de um sujeito integral nos dias que correm acaba não acontecendo sem um certo embate com as diretrizes traçadas pelo sistema escolar. Um embate que ainda esta muito longe do seu final, pois no processo evolutivo do homem, o que vemos é a negação, a partir de um processo de massificação e constante anulação deste sujeito.
Ao assistir uma palestra de um importante professor e pensador de políticas públicas para a cultura na França, trago o seu relato de que o modelo francês de gerir a cultura é um resultado da compreensão da importância do ensino da arte como área do saber nas escolas. Não se pretendendo formar artista, mas cidadãos mais criativos e possuidores de uma visão mais holística, a partir da educação do olhar.
Assim, a ampliação dos sentidos do nosso educando a partir da compreensão de quem ele é neste mundo, constitui o desafio e significado do que o ensino de arte representa.