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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

II ENA BAHIA

O ENA
O Encontro

Como promover o diálogo entre sonhos em construção e projetos já existentes? Quais alternativas para enfrentar os desafios econômicos, sociais, ambientais e políticos do século XXI? Quais são as iniciativas que estão transformando o país através da arteducação? Como as outras áreas do conhecimento e atuação humana dialogam com a arteducação nos seus trabalhos?
Estas são algumas questões que inspiram o II Encontro Nacional de Arteducadores. E convidamos você, seu grupo ou instituição a colaborar em processos de transformação social através das linguagens artísticas e a criar alternativas para pensar o mundo de uma outra forma, em busca de novos paradigmas no campo social, da cultura e da educação.
O II ENA amplia e focaliza suas ações com oficinas e intervenções artísticas nas comunidades populares de Salvador e Região Metropolitana. Com ações descentralizadas o evento tocará a cidade, interferindo efetivamente nas práticas dos projetos e ONGs parceiros. O ENA possibilita aos seus participantes a oportunidade de criar e realizar atividades de arteducação em diferentes comunidades de Salvador e Região Metropolitana, gerando vínculos solidários e efetivos entre os bairros e arteducadores de todo o Brasil.

Fonte: http://enabahia.webnode.com/o-ena/

ARTICULAÇÃO SÓ SE FAZ EM REDE

II ENCONTRO NACIONAL DE ARTEDUCADORES


Pensar, investigar e refletir sobre a arte-educação. Estes serão as palavras de ordem do II ENA que ocorrerá entre os dias 01 a 04 de outubro em SSA e que terá como tema Viva a Diversidade Viva! Abraçando as Artes de Transformação! O evento será uma importante oportunidade para fortalecer o papel de nossas linguagens artísticas (em especial o teatro) e das culturas populares na construção de um novo paradigma educacional para o nosso século.
Para participar faça sua inscrição através Para partpar faça sua inscrição através do site: http://enabahia.webnode.com/o-ena/. fique atento aos prazos e não fique de fora! Venha participar desta rede!

Eu, eu mesmo. Papel, caneta e Strindberg!


por Poliana Bicalho
Na tentativa de desnudar-me do rigor acadêmico, coloco-me na primeira pessoa e deixo emergir todas as indagações que me tomam: que máxima é essa da arte da representação que sintetizar na personagem todas as contradições humanas? Como se constituem as nossas identidades enquanto sujeitos historicamente construídos? Seria o dramaturgo o único autor de suas obras? Estas são algumas das portas, que se abrem diante de mim ao defrontar-me com esse pequeno trecho de Strindberg, e que subitamente me deixam com uma dúvida crucial: qual o melhor caminho a seguir na minha abordagem?
Sigo-me na tentativa de lançar luzes diante de tais aflições, num escrever quase que intimista, não buscando encontrar soluções, pois o meu olhar não está inserido num jogo de perguntas e respostas. Procuro compreender inicialmente como se constitui uma obra, entendendo que essa pode ser verificada a partir de uma unidade discursiva, é assim, por exemplo, que conseguimos identificar textos que são do universo rodrigueano, pela presença de enunciados comuns em toda sua obra: obsessão, ciúmes, adultério, etc. Este autor ‘coloca o dedo na ferida’ ao pautar na suas obras um dos maiores tabus da sociedade – o sexo, interpelando todas as leis que regularizam o apetite sexual. Assim, a meu ver, o autor ecoa na sociedade um discurso sobre a sexualidade.
No prefácio de “A Vida Como Ela É...O Homem Fiel e outros contos(1992), Ruy Castro coloca nas orelhas do livro:As histórias saíam de casos que lhe contavam, da sua própria obser­vação dos subúrbios cariocas ou das cabe­ludas paixões de que ele ouvira falar em criança. Mas principalmente da sua me­ditação sobre o casamento, o amor e o desejo. Posso ainda, na verificação de quem é o autor diagnosticar duas forças que possibilitam a criação dos textos: o primeiro é o outro e o segundo é o escritor, falo assim de um autor, aquele que sintetiza e registra no papel uma narrativa e de um co-autor que ao mesmo tempo que serve de inspiração, oferecendo os elementos primários para o trabalho do autor, é este mesmo, o receptor da obra. Entendo que é no momento da encenação de um texto dramático que o ciclo da obra pode ser concluída, é quando novos elementos é incorporado a obra (luz, interpretação, cenário, figurino, etc) e esta passa ter a dimensão que muito além de um ponto de vista único de um sujeito, assim então, a obra artística pode ser ressignificada por este tão essencial co-autor.
Acredito que a persona é a célula que impulsiona toda ação dramática, sendo ela um recorte micro do macro universo de uma encenação teatral. E falar sobre a personagem me deixa vacilante, pois ainda é uma seara de análise que pouco adentrei e talvez não consiga fazer mais do que alguns devaneios. Pontuo que o que me chama mais atenção, é esta quase-função do personagem de servir como um espelho revelador de tudo o que ocultamos ser nas nossas relações, é o florescer dos sentimentos íntimos, sejam eles de boa ou má natureza, mas apenas sentimentos que nos identificam enquanto indivíduos únicos. Não à toa, que nos envolvemos numa encenação em que os personagens estão intrinsecamente ligados com a verdade humana. Creio que as representações estereotipadas soam falsas, pois a vida humana não pode ser fabricada em série como bonecos de plástico...é cada uma muito particular, fragmentada e controversa como a própria natureza humana.
Se para Strindberg a alma do homem está toda ela remendada, para mim é a identidade do sujeito que é multifacetada. Somos constituídos por um mosaico de ‘identidades’ que se somam a nós a cada relação com o outro, a cada experiência, por isso a identidade é dinâmica e instável. Não sou a mesma de uma semana atrás, penso e reajo diferentemente, pois acrescentei novas impressões, e é por isso que cada momento é único por si só. É assim ao longo da vida, quando dizemos: “Puxa quando eu conheci fulano ele era tão diferente!” negamos a dinamicidade do viver, e da autonomia do sujeito de se transformar, de se interpelar. Penso neste instante, que neste caminho de andanças talvez jamais alcancemos à plenitude almejada, mas que valerá a consciência de que somos sujeitos em completa mutação!