O ENA
O Encontro
Como promover o diálogo entre sonhos em construção e projetos já existentes? Quais alternativas para enfrentar os desafios econômicos, sociais, ambientais e políticos do século XXI? Quais são as iniciativas que estão transformando o país através da arteducação? Como as outras áreas do conhecimento e atuação humana dialogam com a arteducação nos seus trabalhos?
Estas são algumas questões que inspiram o II Encontro Nacional de Arteducadores. E convidamos você, seu grupo ou instituição a colaborar em processos de transformação social através das linguagens artísticas e a criar alternativas para pensar o mundo de uma outra forma, em busca de novos paradigmas no campo social, da cultura e da educação.
O II ENA amplia e focaliza suas ações com oficinas e intervenções artísticas nas comunidades populares de Salvador e Região Metropolitana. Com ações descentralizadas o evento tocará a cidade, interferindo efetivamente nas práticas dos projetos e ONGs parceiros. O ENA possibilita aos seus participantes a oportunidade de criar e realizar atividades de arteducação em diferentes comunidades de Salvador e Região Metropolitana, gerando vínculos solidários e efetivos entre os bairros e arteducadores de todo o Brasil.
Fonte: http://enabahia.webnode.com/o-ena/
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
ARTICULAÇÃO SÓ SE FAZ EM REDE
II ENCONTRO NACIONAL DE ARTEDUCADORES
Pensar, investigar e refletir sobre a arte-educação. Estes serão as palavras de ordem do II ENA que ocorrerá entre os dias 01 a 04 de outubro em SSA e que terá como tema Viva a Diversidade Viva! Abraçando as Artes de Transformação! O evento será uma importante oportunidade para fortalecer o papel de nossas linguagens artísticas (em especial o teatro) e das culturas populares na construção de um novo paradigma educacional para o nosso século.
Para participar faça sua inscrição através Para partpar faça sua inscrição através do site: http://enabahia.webnode.com/o-ena/. fique atento aos prazos e não fique de fora! Venha participar desta rede!
Pensar, investigar e refletir sobre a arte-educação. Estes serão as palavras de ordem do II ENA que ocorrerá entre os dias 01 a 04 de outubro em SSA e que terá como tema Viva a Diversidade Viva! Abraçando as Artes de Transformação! O evento será uma importante oportunidade para fortalecer o papel de nossas linguagens artísticas (em especial o teatro) e das culturas populares na construção de um novo paradigma educacional para o nosso século.
Para participar faça sua inscrição através Para partpar faça sua inscrição através do site: http://enabahia.webnode.com/o-ena/. fique atento aos prazos e não fique de fora! Venha participar desta rede!
Eu, eu mesmo. Papel, caneta e Strindberg!
por Poliana Bicalho
Na tentativa de desnudar-me do rigor acadêmico, coloco-me na primeira pessoa e deixo emergir todas as indagações que me tomam: que máxima é essa da arte da representação que sintetizar na personagem todas as contradições humanas? Como se constituem as nossas identidades enquanto sujeitos historicamente construídos? Seria o dramaturgo o único autor de suas obras? Estas são algumas das portas, que se abrem diante de mim ao defrontar-me com esse pequeno trecho de Strindberg, e que subitamente me deixam com uma dúvida crucial: qual o melhor caminho a seguir na minha abordagem?
Sigo-me na tentativa de lançar luzes diante de tais aflições, num escrever quase que intimista, não buscando encontrar soluções, pois o meu olhar não está inserido num jogo de perguntas e respostas. Procuro compreender inicialmente como se constitui uma obra, entendendo que essa pode ser verificada a partir de uma unidade discursiva, é assim, por exemplo, que conseguimos identificar textos que são do universo rodrigueano, pela presença de enunciados comuns em toda sua obra: obsessão, ciúmes, adultério, etc. Este autor ‘coloca o dedo na ferida’ ao pautar na suas obras um dos maiores tabus da sociedade – o sexo, interpelando todas as leis que regularizam o apetite sexual. Assim, a meu ver, o autor ecoa na sociedade um discurso sobre a sexualidade.
No prefácio de “A Vida Como Ela É...O Homem Fiel e outros contos(1992), Ruy Castro coloca nas orelhas do livro:As histórias saíam de casos que lhe contavam, da sua própria observação dos subúrbios cariocas ou das cabeludas paixões de que ele ouvira falar em criança. Mas principalmente da sua meditação sobre o casamento, o amor e o desejo. Posso ainda, na verificação de quem é o autor diagnosticar duas forças que possibilitam a criação dos textos: o primeiro é o outro e o segundo é o escritor, falo assim de um autor, aquele que sintetiza e registra no papel uma narrativa e de um co-autor que ao mesmo tempo que serve de inspiração, oferecendo os elementos primários para o trabalho do autor, é este mesmo, o receptor da obra. Entendo que é no momento da encenação de um texto dramático que o ciclo da obra pode ser concluída, é quando novos elementos é incorporado a obra (luz, interpretação, cenário, figurino, etc) e esta passa ter a dimensão que muito além de um ponto de vista único de um sujeito, assim então, a obra artística pode ser ressignificada por este tão essencial co-autor.
Acredito que a persona é a célula que impulsiona toda ação dramática, sendo ela um recorte micro do macro universo de uma encenação teatral. E falar sobre a personagem me deixa vacilante, pois ainda é uma seara de análise que pouco adentrei e talvez não consiga fazer mais do que alguns devaneios. Pontuo que o que me chama mais atenção, é esta quase-função do personagem de servir como um espelho revelador de tudo o que ocultamos ser nas nossas relações, é o florescer dos sentimentos íntimos, sejam eles de boa ou má natureza, mas apenas sentimentos que nos identificam enquanto indivíduos únicos. Não à toa, que nos envolvemos numa encenação em que os personagens estão intrinsecamente ligados com a verdade humana. Creio que as representações estereotipadas soam falsas, pois a vida humana não pode ser fabricada em série como bonecos de plástico...é cada uma muito particular, fragmentada e controversa como a própria natureza humana.
Se para Strindberg a alma do homem está toda ela remendada, para mim é a identidade do sujeito que é multifacetada. Somos constituídos por um mosaico de ‘identidades’ que se somam a nós a cada relação com o outro, a cada experiência, por isso a identidade é dinâmica e instável. Não sou a mesma de uma semana atrás, penso e reajo diferentemente, pois acrescentei novas impressões, e é por isso que cada momento é único por si só. É assim ao longo da vida, quando dizemos: “Puxa quando eu conheci fulano ele era tão diferente!” negamos a dinamicidade do viver, e da autonomia do sujeito de se transformar, de se interpelar. Penso neste instante, que neste caminho de andanças talvez jamais alcancemos à plenitude almejada, mas que valerá a consciência de que somos sujeitos em completa mutação!
Na tentativa de desnudar-me do rigor acadêmico, coloco-me na primeira pessoa e deixo emergir todas as indagações que me tomam: que máxima é essa da arte da representação que sintetizar na personagem todas as contradições humanas? Como se constituem as nossas identidades enquanto sujeitos historicamente construídos? Seria o dramaturgo o único autor de suas obras? Estas são algumas das portas, que se abrem diante de mim ao defrontar-me com esse pequeno trecho de Strindberg, e que subitamente me deixam com uma dúvida crucial: qual o melhor caminho a seguir na minha abordagem?
Sigo-me na tentativa de lançar luzes diante de tais aflições, num escrever quase que intimista, não buscando encontrar soluções, pois o meu olhar não está inserido num jogo de perguntas e respostas. Procuro compreender inicialmente como se constitui uma obra, entendendo que essa pode ser verificada a partir de uma unidade discursiva, é assim, por exemplo, que conseguimos identificar textos que são do universo rodrigueano, pela presença de enunciados comuns em toda sua obra: obsessão, ciúmes, adultério, etc. Este autor ‘coloca o dedo na ferida’ ao pautar na suas obras um dos maiores tabus da sociedade – o sexo, interpelando todas as leis que regularizam o apetite sexual. Assim, a meu ver, o autor ecoa na sociedade um discurso sobre a sexualidade.
No prefácio de “A Vida Como Ela É...O Homem Fiel e outros contos(1992), Ruy Castro coloca nas orelhas do livro:As histórias saíam de casos que lhe contavam, da sua própria observação dos subúrbios cariocas ou das cabeludas paixões de que ele ouvira falar em criança. Mas principalmente da sua meditação sobre o casamento, o amor e o desejo. Posso ainda, na verificação de quem é o autor diagnosticar duas forças que possibilitam a criação dos textos: o primeiro é o outro e o segundo é o escritor, falo assim de um autor, aquele que sintetiza e registra no papel uma narrativa e de um co-autor que ao mesmo tempo que serve de inspiração, oferecendo os elementos primários para o trabalho do autor, é este mesmo, o receptor da obra. Entendo que é no momento da encenação de um texto dramático que o ciclo da obra pode ser concluída, é quando novos elementos é incorporado a obra (luz, interpretação, cenário, figurino, etc) e esta passa ter a dimensão que muito além de um ponto de vista único de um sujeito, assim então, a obra artística pode ser ressignificada por este tão essencial co-autor.
Acredito que a persona é a célula que impulsiona toda ação dramática, sendo ela um recorte micro do macro universo de uma encenação teatral. E falar sobre a personagem me deixa vacilante, pois ainda é uma seara de análise que pouco adentrei e talvez não consiga fazer mais do que alguns devaneios. Pontuo que o que me chama mais atenção, é esta quase-função do personagem de servir como um espelho revelador de tudo o que ocultamos ser nas nossas relações, é o florescer dos sentimentos íntimos, sejam eles de boa ou má natureza, mas apenas sentimentos que nos identificam enquanto indivíduos únicos. Não à toa, que nos envolvemos numa encenação em que os personagens estão intrinsecamente ligados com a verdade humana. Creio que as representações estereotipadas soam falsas, pois a vida humana não pode ser fabricada em série como bonecos de plástico...é cada uma muito particular, fragmentada e controversa como a própria natureza humana.
Se para Strindberg a alma do homem está toda ela remendada, para mim é a identidade do sujeito que é multifacetada. Somos constituídos por um mosaico de ‘identidades’ que se somam a nós a cada relação com o outro, a cada experiência, por isso a identidade é dinâmica e instável. Não sou a mesma de uma semana atrás, penso e reajo diferentemente, pois acrescentei novas impressões, e é por isso que cada momento é único por si só. É assim ao longo da vida, quando dizemos: “Puxa quando eu conheci fulano ele era tão diferente!” negamos a dinamicidade do viver, e da autonomia do sujeito de se transformar, de se interpelar. Penso neste instante, que neste caminho de andanças talvez jamais alcancemos à plenitude almejada, mas que valerá a consciência de que somos sujeitos em completa mutação!
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